CURURUPU E A ILHA DOS LENÇÓIS: o domínio mítico de D. Sebastião no imaginário maranhense
DOI:
https://doi.org/10.18817/ot.v21i37.1136Palavras-chave:
Ilha dos Lençóis., Maranhão., D. Sebastião.Resumo
Este trabalho procura apresentar um breve percurso do rei histórico D. Sebastião (1554 -1578) e a sua relação com a construção do Sebastianismo, isto é, a crença de que o rei não havia morrido na Batalha de Alcácer-Quibir (1578) e de que retornaria para trazer tempos de glória a Portugal. Com a sua morte, apareceram quatro falsos D. Sebastião, o que representava uma resistência contra a União Ibérica. Também discuto a (re)apropriação do mito no Brasil, que passa a ser a esperança de vida melhor para as populações pobres, e a sua ligação a movimentos messiânicos em Pedra Bonita (PE), Canudos (BA), Contestado (PR e SC), entre outros. No Maranhão, o mito de D. Sebastião adquire peculiaridades interessantes na Ilha dos Lençóis, no município de Cururupu. Ele passa a ser o “touro encantado” com uma estrela branca na testa e que corre nas areias da Ilha dos Lençóis, engravidando as moças nas noites de lua cheia. Um dia, a estrela será atingida por alguém muito valente, e D. Sebastião retornará à sua forma humana para trazer riqueza aos pobres, mas ao mesmo tempo a capital do Maranhão, S. Luís, irá afundar. O mito relaciona passado e presente, daí a sua importância para os estudos de História.
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