A PALAVRA DAS VÍTIMAS EM CRIMES SEXUAIS: defloramento, sedução e estupro em Irati - PR (1931-1950)
DOI:
https://doi.org/10.18817/ot.v19i34.983Palavras-chave:
Crimes Sexuais, Documentos Judiciais, Mulheres VítimasResumo
Inseridas em determinadas representações da época, em que as mulheres deveriam ser submissas, recatadas, frágeis, delicadas, sem poder dispor livremente de seu corpo e da sua sexualidade, as narrativas das vítimas constituíram parte dos documentos judiciais envolvendo os ditos crimes sexuais. Nesses casos, externas à instituição jurídica, as mulheres poderiam, com a intervenção dos “homens da lei”, produzir versões distintas, remontando o nível de seus relacionamentos, a intenção da queixa, a descrição do ato sexual e da violência, as condutas sociais. Com o uso de referências da historiografia do crime e da violência, nesse texto, buscamos apresentar uma apreciação qualitativa dos enunciados das vítimas que tiveram suas versões registradas nas denúncias de defloramento, sedução e estupro, em Irati, no interior do Paraná, entre 1931 e 1950.
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