Ouçam, por favor: a natureza e as comunidades agradecem – história Oral e Patrimônio Biocultural para a conservação e a biodiversidade

Resumo

Este artigo analisa os contributos da história oral para compreender as dinâmicas socioecológicas e valorizar o património biocultural como dimensão essencial da sustentabilidade. A partir de entrevistas recolhidas em doze projetos do programa Memória para Todos, em territórios diversos — rurais, florestais, costeiros, urbanos e insulares —, exploram-se os vínculos entre pessoas, natureza e território. As narrativas orais revelam práticas de cuidado, saberes locais, perceções das transformações ambientais e um desejo reiterado de participação. Organizado em seis eixos, o artigo defende que a história oral permite captar experiências situadas, frequentemente ignoradas pelas abordagens técnico-científicas. As entrevistas constituem ecologias da memória — dispositivos que articulam conhecimento, afetos e ação — e funcionam como instrumento de justiça ambiental, reconhecimento cultural e governação democrática. Ao propor a memória como patrimônio e mecanismo de intervenção, o artigo contribui para repensar o papel das comunidades nas políticas ambientais e territoriais, defendendo uma abordagem inclusiva, situada e culturalmente enraizada.  Memória para Todos, em territórios diversos — rurais, florestais, costeiros, urbanos e insulares —, exploram-se os vínculos entre pessoas, natureza e território. As narrativas orais revelam práticas de cuidado, saberes locais, perceções das transformações ambientais e um desejo reiterado de participação. Organizado em seis eixos, o artigo defende que a história oral permite captar experiências situadas, frequentemente ignoradas pelas abordagens técnico-científicas. As entrevistas constituem ecologias da memória — dispositivos que articulam conhecimento, afetos e ação — e funcionam como instrumento de justiça ambiental, reconhecimento cultural e governação democrática. Ao propor a memória como património e mecanismo de intervenção, o artigo contribui para repensar o papel das comunidades nas políticas ambientais e territoriais, defendendo uma abordagem inclusiva, situada e culturalmente enraizada.