“A MATANÇA DE CÃES” OU “A EPIDEMIA CACHORRAL”: a imprensa de Taubaté, a ordem vigente e a política municipal quanto aos animais em meados do segundo reinado

Autores

  • LUIZ CARLOS VILLALTA Universidade Estadual do Maranhão

DOI:

https://doi.org/10.18817/ot.v21i38.1177

Palavras-chave:

Jornais. , Animais. , Ordem social

Resumo

Este artigo centra-se no embate travado em jornais sobre o morticínio de cães em Taubaté, província de São Paulo, em 1863, apresentando os argumentos do fiscal da Câmara municipal que o comandou e as posições de munícipes, que eram seus críticos ferrenhos. Por fim, discute como o “mundo animal” inspirou análises sobre as relações travadas pelos seres humanos entre si, procurando mostrar a homologia observada entre o trato da questão animal e a compreensão sobre a ordem política e social vigente, especialmente sobre os vadios.

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Biografia do Autor

LUIZ CARLOS VILLALTA, Universidade Estadual do Maranhão

Doutor em História pela USP, PPGHIST/Universidade Estadual do Maranhão

São Luís, MA, Brasil

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Publicado

2024-07-31

Como Citar

VILLALTA, L. C. (2024). “A MATANÇA DE CÃES” OU “A EPIDEMIA CACHORRAL”: a imprensa de Taubaté, a ordem vigente e a política municipal quanto aos animais em meados do segundo reinado. Outros Tempos: Pesquisa Em Foco - História, 21(38), 81–114. https://doi.org/10.18817/ot.v21i38.1177