ELITES REGIONAIS, PARTIDOS E RIVALIDADES LOCAIS: um debate entre deputados provinciais do Paraná sobre a conciliação partidária (1859)

Autores

  • SANDRO ARAMIS RICHTER GOMES Universidade Federal do Paraná (UFPR)

DOI:

https://doi.org/10.18817/ot.v20i36.1055

Palavras-chave:

Conciliação partidária, Elites regionais, Província do Paraná

Resumo

Neste artigo desenvolve-se a análise de um debate, realizado por deputados provinciais do Paraná em 1859, acerca dos efeitos da política de conciliação. Por meio de um estudo de caso, a finalidade deste trabalho é produzir conhecimento respeitante às percepções das elites regionais sobre as consequências da conciliação partidária implementada pelo Gabinete Ministerial presidido pelo Marquês de Paraná (1853-1856). Primeiro, evidencia-se que, em sua maioria, os participantes desse debate eram favoráveis à conciliação partidária. Os seus argumentos eram análogos aos dos membros da elite imperial que endossaram tal política. Segundo, convém ressaltar que os poucos debatedores contrários à conciliação sustentaram que, no Paraná, ela promoveu o fortalecimento do Partido Liberal. Nessa província, uma das críticas à conciliação foi motivada pela falta de espaço de uma ala do Partido Conservador nos esquemas de preenchimento de cargos públicos. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

SANDRO ARAMIS RICHTER GOMES, Universidade Federal do Paraná (UFPR)

 

Doutor em História pela Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Realiza estágio de pós-doutorado no Programa de Pós-Graduação em História da UFPR

Curitiba/Paraná/Brasil

 

Referências

Documentos

BRASIL. Anais do Senado do Império: Livros 1 e 2. Brasília, DF: Senado Federal, [1859?].

Commercio do Paraná, Paranaguá, maio/jun. 1862.

Dezenove de Dezembro, Curitiba, n. 49, 2 mar. 1857.

Dezenove de Dezembro, Curitiba, n. 73, 6 jan. 1858.

Dezenove de Dezembro, Curitiba, n. 91, 16 fev. 1859.

Dezenove de Dezembro, Curitiba, n. 92, 19 fev. 1859.

Dezenove de Dezembro, Curitiba, n. 93, 23 fev. 1859.

Dezenove de Dezembro, Curitiba, n. 94, 26 fev. 1859.

Dezenove de Dezembro, Curitiba, n. 21, 16 mar. 1889.

Novo Farol Paulistano, São Paulo, n. 180, 18 jun. 1833.

Província do Paraná, Curitiba, n. 4, 23 jan. 1876.

Bibliografia

ADORNO, Sérgio. Os aprendizes do poder: o bacharelismo liberal na política brasileira. 2. ed. São Paulo: Edusp, 2019.

ALVES, Alessandro Cavassin. A Província do Paraná (1853-1889): a classe política, a parentela no Governo. 2014. Tese (Doutorado em Sociologia) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2014.

ARAÚJO, José Tomás Nabuco de. O Centro Liberal. Brasília, DF: Senado Federal, 1979.

BARMAN, Roderick. O Imperador cidadão. São Paulo: Ed. Unesp, 2012.

CARVALHO, José Murilo de. A construção da ordem: a elite política imperial / Teatro das sombras: a política imperial. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.

CASTRO, César Augusto de; SANTOS, Amaury Araújo. Belarmino de Mattos: o Didot da imprensa maranhense no Império. Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, v. 18, p. 1-18, 2020.

CAVALCANTI JÚNIOR, Manoel Nunes. “O egoísmo, a degradante vingança e o espírito de partido”: a história do predomínio liberal ao movimento regressista (Pernambuco, 1834-1837). 2015. Tese (Doutorado em História) - Universidade Federal de Recife, Recife, 2015.

COSTA, João Craveiro. O Visconde de Sinimbu: sua vida e atuação na política nacional. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1937.

DOLHNIKOFF, Miriam. O lugar das elites regionais. Revista USP, São Paulo, n. 58, p. 116-133, jun./ago. 2003.

DOLHNIKOFF, Miriam. O pacto imperial: origens do federalismo no Brasil. São Paulo: Globo, 2005.

ESTEFANES, Bruno Fabris. Conciliar o Império: Honório Hermeto de Carneiro Leão, os partidos e a política de Conciliação no Brasil monárquico (1842-1856). 2010. Dissertação (Mestrado em História Social) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.

FERNANDES, Renata Silva. O Governo das províncias no Império do Brasil: os Conselhos de Governo e os Conselhos Gerais de Província nos debates parlamentares (1823-1834). 2014. Dissertação (Mestrado em História) - Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2014.

FERRAZ, Sérgio Eduardo. O Império revisitado: Poder Moderador, Câmara dos Deputados e instabilidade ministerial (1840-1889). 2012. Tese (Doutorado em Ciência Política). Universidade de São Paulo. São Paulo, 2012.

FERRAZ, Paula Ribeiro. O Gabinete da Conciliação: atores, ideias e discursos (1848-1857). 2013. Dissertação (Mestrado em História) - Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2013.

FREITAS, Ana Paula Ribeiro. Minas e a política imperial: reformas eleitorais e representação política no Parlamento brasileiro (1853-1863). 2015. Tese (Doutorado em História Social) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015.

GOUVÊA, Maria de Fátima Silva. O Império das províncias: Rio de Janeiro, 1822-1889. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.

GRAHAM, Richard. Clientelismo e política no Brasil do século XIX. Rio de Janeiro: Ed. da UFRJ, 1997.

HOLANDA, Sérgio Buarque de (org.). História Geral da Civilização Brasileira. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 2004. t. 2, v. 5.

HOLANDA, Sérgio Buarque de. Capítulos de História do Império. São Paulo: Cia. das Letras, 2010.

KIRKENDALL, Andrew J. Class Mates: male student culture and the making of a political class in nineteenth-century Brazil. Lincoln: University Nebraska Press, 2002.

LINHARES, Temístocles. História econômica do mate. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1969.

MARSON, Izabel Andrade. O Império do Progresso: a Revolução Praieira em Pernambuco (1842-1855). São Paulo: Brasiliense, 1987.

MATTOS, Ilmar Rohloff de. O tempo saquarema: a formação do Estado Imperial. São Paulo: Hucitec, 1987.

NEEDELL, Jeffrey D. The Party of Order: The Conservatives, the State and Slavery in the Brazilian Monarchy. Stanford: Stanford University Press, 2006.

NEGRÃO, Francisco. Genealogia paranaense. Curitiba: Imprensa Oficial do Paraná, 2004. v. 1.

NEVES, Victor Hugo Baptista. O divisor de águas da política imperial: D. Pedro II, a conciliação e o Marquês de Paraná. 2010. Dissertação (Mestrado em História) - Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010.

NOGUEIRA, José Luís de Almeida. A Academia de São Paulo: tradições e reminiscências. São Paulo: Saraiva, 1977. v. 2.

OLIVEIRA, Carlos Eduardo França de. Homens da província, políticos na Nação: a questão provincial no Parlamento: 1828-1834. Antíteses, Londrina, v. 8, n. 15, p. 345-368, 2015.

OLIVEIRA, Kelly Eleutério Machado. A Assembleia Provincial de Minas Gerais e a formação do Estado Imperial brasileiro, 1835-1845. 2018. Tese (Doutorado em História) - Universidade Federal de Ouro Preto, Mariana, 2018.

OLIVEIRA, Ricardo Costa de. O silêncio dos vencedores: genealogia, classe dominante e Estado do Paraná (1853-1930). Curitiba: Moinho do Verbo, 2001.

RESENDE, Edna Maria. Ecos do liberalismo: ideários e vivências das elites regionais no processo de construção do Estado Imperial, Barbacena (1831-1840). 2008. Tese (Doutorado em História). Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2008.

SANTOS, Antônio Vieira dos. Memória Histórica de Morretes. Curitiba: Editora da UFPR, 2017 [1851].

SANTOS, Edyene Moraes dos. Partidos políticos no Maranhão Oitocentista: origens, influências familiares e composição social (1838-1855). 2021. Tese (Doutorado em História). Universidade Estadual Paulista. Assis, 2021.

SOUZA, Francisco Belizário Soares de. O sistema eleitoral do Império. Brasília, DF: Senado Federal, 1979.

Downloads

Publicado

2023-07-24

Como Citar

GOMES, S. A. R. (2023). ELITES REGIONAIS, PARTIDOS E RIVALIDADES LOCAIS: um debate entre deputados provinciais do Paraná sobre a conciliação partidária (1859). Outros Tempos: Pesquisa Em Foco - História, 20(36), 84–114. https://doi.org/10.18817/ot.v20i36.1055